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TERCEIRA GERAÇÃO

JOSÉ MARIA DE ARAÚJO

JOSÉ MARIA FERREIRA DE ARAÚJO (1941-1970)

Cearense de Fortaleza, José Maria ingressou na Marinha em 1959, no Rio de Janeiro. Início de 1964, em visita a sua família em Santa Luzia, na Paraíba, Zé Maria, como é conhecido nessa cidade onde cresceu, chegou falando da participação em movimentos sindicais e trazendo vários livros acerca de questões sociais. Ele integrava um grupo que pretendia criar a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil, embora esse tipo de organização fosse proibido pelas normas da Marinha.

Assim que foi deflagrado o golpe militar de 1964, ele e outros companheiros foram presos por “insubordinação", tendo ficado incomunicável na Ilha das Flores, durante quatro meses. Em um documento dos Arquivos da Marinha, está anotado que em 15 de abril de 1964, José Maria foi preso “por ordem do encarregado do inquérito policial militar para apurar a subversão na Marinha”. Na mesma fonte documental consta sua expulsão em 8 de dezembro de 1964.

Da prisão, ele enviou carta à família, tentando tranquilizá-la, mas sem mencionar que estava detido. A última correspondência aos familiares data de 6 de dezembro de 1966, assinada com o codinome “Miguel”. Ele anuncia que passará alguns meses sem mandar notícias, mas não informa o motivo. A partir daí, a família enfrenta um período de aflição, sabendo-se vigiada, tendo inclusive a correspondência sempre violada.

Foi em 1981, com a volta dos anistiados ao Brasil, que os familiares começaram a descobrir a verdade. De um deles souberam que José Maria esteve em Cuba como integrante do grupo de militantes do MNR, onde casou-se com a paraguaia Soledad Barrett Viedma, nascendo dessa união a filha Ñasaindy. Em 1970, voltara ao Brasil para dar andamento às ações da VPR. 

Documentos dos órgãos de segurança da ditadura registram a informação de que José Maria foi morto em 23/09/1970, num terminal de ônibus no Anhangabaú, no centro da capital paulista, quando reagiu à prisão que seria efetuada por agentes do DOI-CODI/SP. Na véspera, os agentes desse órgão de repressão haviam detido Mário de Freitas Gonçalves, também militante da VPR, conhecido como Dudu, que informou sobre o encontro com Aribóia, conseguindo fugir espetacularmente quando José Maria reagiu à prisão. 

Descobriu-se nos arquivos do IML/SP que José Maria Ferreira de Araújo fora enterrado com o nome falso de Edson Cabral Sardinha na quadra 11, sepultura 119, do Cemitério de Vila Formosa I. As fontes são contraditórias quanto às circunstâncias da sua morte: nos arquivos do DOPS/SP, em documento do Delegado Alcides Cintra Bueno Filho endereçado ao Coronel Chefe da 2ª Secção do II Exército, se lê: “...falecido em consequência de violento tiroteio que travou com agentes dos órgãos de segurança”. No entanto, na requisição de exame necroscópico, o mesmo delegado escreveu: “...tendo sido preso por atividades terroristas faleceu ao dar entrada na Delegacia Distrital presumindo-se mal súbito. ”

José Maria teve contato com o Cabo Anselmo (José Anselmo dos Santos), com quem atuou na mobilização dos marinheiros no início dos anos 60. Mais tarde descobriu-se que esse Cabo foi um agente duplo infiltrado nas organizações de esquerda, responsável pela morte de diversos companheiros.

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