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RAFAEL ANGEL JORGE JULIÁN BARRETT Y ALVAREZ DE TOLEDO

PRIMEIRA GERAÇÃ0

De uma família burguesa, filho de uma mãe semi aristocrata espanhola e um pai inglês dedicado às finanças da Coroa, Rafael Barrett nasceu em 7 de janeiro de 1876 em Torrelavega, Santander (Espanha). Foi educado na França e Inglaterra, e posteriormente estudou Engenharia em Madri. Ainda muito jovem, ganhou prêmios como aluno de primeiro nível, destacando-se por sua inteligência para diversas áreas, inclusive matemática. De porte atlético, praticou equitação e esgrima, com sabre e florete.

Entre 1899 e 1901, integrou o prestigioso Conselho do Ateneo de Madrid, tendo sido um dos participantes inquietos e rebeldes da transição para o século XX. Este movimento contestador, conhecido como "Jovens de 98", ansiava a liberdade que a aristocracia e a nobreza cerceavam. Barrett aparecia como modelo do que muitos desejavam ser: jovem, dono de ampla cultura europeia e dotes físicos e intelectuais notáveis. Foi descrito por Maetzu, representante da mesma época como um "jovem de porte e beleza inesquecível". É nesse auge de brilhantismo que rapidamente e por vários motivos, Rafael Barrett assume uma postura denominada por seus amigos como estado de “degradado dândi”. 

Seu pai morreu em 1896, sua mãe em 1901. O jovem, a esta altura com 24 anos, gastou todo seu dinheiro nos ambientes burgueses e aristocráticos, cujos nobres, quando ele teve de recorrer à justiça, o desprezaram. A partir daí o caráter rebelde e orgulhoso de Barrett o levou a confrontos violentos com a "boa sociedade" à qual pertencia e a cujas regras e preceitos relutava se submeter. Esses confrontos, que levaram inclusive a duelos, resultaram na sua rejeição e qualificação como “traidor”. 

Cruel e implacável com o ousado Barrett, a elite passou a atacá-lo inclusive através da imprensa, chegando até a noticiar sua morte por suicídio. Essa situação provocou uma espécie de despertar no jovem que decidiu sair de Madrid com destino a Buenos Aires.

Na América rapidamente conseguiu trabalho em um jornal. Em pouco tempo seus contos e crônicas chamaram atenção pelo estilo, o que lhe valeu liberdade e espaço editorial. No entanto, perdeu essa prerrogativa ao questionar a sociedade esnobe de Buenos Aires em um conto que relata a trágica luta entre um mendigo e um cachorro por um pedaço de carne encontrado em uma lata de lixo na madrugada. O editor do jornal, pressionado pela reação negativa, envia-o como correspondente de guerra no Paraguai. Nas palavras de Rafael Barrett, "procurando a bala que me mate". Chegou em 1904 e como que se encontrasse seu lugar no mundo, ali se instalou e se tornou um novo homem. Barrett é parte do jovem país que renasce a partir da tragédia histórica que a Grande Guerra significou. Convidado a frequentar as altas rodas sociais e intelectuais de Assunción, ele conheceu “Panchita”, Francisca Lopez Maiz, com quem se casou e teve um filho em 1907: Alejandro Rafael Barrett Lopez.

Gradualmente Rafael Barrett vai tomando conhecimento dos problemas sociais, da exploração e das difíceis condições de vida dos camponeses paraguaios. A segunda etapa de seu trabalho literário começa a tomar formas mais definidas, apresentando na profundidade e acuidade em seus textos, a visão crítica de seus pensamentos, a beleza e a precisão de seu estilo. Sua visão para tornar as contradições fundamentais que moldaram a crise do seu tempo em combinação deslumbrante de modernismo literário com crítica radical, caracterizam sua obra.

Três fatores principais contribuíram para seus escritos gerarem atração tão poderosa: 1 - sua excepcional qualidade literária; 2 - a penetração de suas reflexões, o efeito das ideias e análises sociais; 3 - sua personalidade e seu exemplo, seu romance curto e miséria em vida, retratando a renúncia altruísta que o acompanhou até mesmo com a proximidade da morte.

Rafael Barrett faleceu em 17 de dezembro de 1910. No centenário da sua morte, foi homenageado na Espanha pelo que germinou através de sua obra literária. Como parte dessas homenagens, suas “Obras Completas” foram relançadas.

***

A obra de Barrett tem exercido uma intensa influência em muitos escritores latino-americanos:

- Jorge Luis Borges o qualificou de “genial”.

- José Enrique Rodó afirma que “foi Barrett aquele grande coração que por caso não frequente no mundo, vibrou em consonância com um grande cérebro”.

- Rafael Spósito diz: “a obra de Barrett plasma uma síntese primorosa de ternura e de raiva poucas vezes igualada”.

- Pérez Maricevich afirma: "Barrett é um dos precursores da literatura social americana".

- Santiago Alba Rico compara: “Unamuno e Baroja eram homens de seu tempo, enquanto que Barrett o é, para a desgraça de quase todos, do nosso”.

- Augusto Roa Bastos o destaca como sua principal referência literária e afirma que "Barrett ensinou a escrever aos escritores paraguaios de hoje”. Acrescenta ainda que “é um precursor não só no sentido de que precede e vai adiante de seus contemporâneos, senão que também profetiza e ensina ideias e doutrinas que se adiantam ao seu tempo”.

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